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Pará/Brasil

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Governo Bolsonaro: Um Governo opositor de si mesmo


 
Presidente Jair Bolsonaro
Entrando no quinto mês de mandato, o Governo Bolsonaro ainda encontra-se completamente perdido e faz inveja aos partidos que querem ser vistos como oposição. Digo isso porque os partidos tidos como oposição não conseguem fazer frente ao próprio Governo, que pratica autossabotagem diariamente e faz de maneira muito eficiente.

Ala “militar”, ala “olavista”, ala da “família”, são algumas das denominações que permeiam o Governo Bolsonaro. Mas o ponto mais interessante dessa novela mexicana estão sendo as brigas pelo poder dos bolsonaristas e o fato da família Bolsonaro não descer do palanque de campanha. Mais do que isso, é o fato de ainda estar atuando como se estivesse na pré-campanha das eleições 2018, onde todos que não comungam com as ideias da família Bolsonaro são inimigos da pátria.

Atualmente, numa insana estratégia de criar uma crise por dia, os filhos de Bolsonaro, juntamente com um senhor chamado Olavo de Carvalho (até outro dia um mero desconhecido do cenário político brasileiro) declararam guerra contra a ala militar do Governo do pai e diariamente promovem verdadeiras bizarrices nas redes sociais, inclusive as redes sociais do próprio Jair Bolsonaro, que são atualizadas pelo pitbull da família, o Vereador Carlos Bolsonaro, também conhecido o Nero da família Bolsonaro. 

O que, sinceramente, não dá para entender é por qual motivo (ou quais) os filhos de Bolsonaro querem minar a ala militar do Governo se quem utilizou a estratégia de alocar os militares nos principais cargos do Governo, especialmente aqueles mais próximos do Gabinete da Presidência, foi o próprio Presidente Jair Bolsonaro?

Ora, a ideia de cercar o Presidente Jair Bolsonaro de militares era uma estratégia para tentar blindar o Presidente que não se elegeu com uma base governista minimamente consistente no Congresso Nacional, dadas as peculiaridades com que se deu sua eleição. Além disso, Bolsonaro precisava, para não ver sua base eleitoral derreter nos primeiros meses de Governo, especialmente através do monitoramento das redes sociais, criar um “escudo” que pudesse lhe permitir continuar a vender que a “velha política” (apesar dele ter frequentado a Câmara dos Deputados por sete (7) legislaturas) não faria parte do seu Governo, motivo pelo qual cercou-se de militares, os quais serviram (e ainda servem) de base de sustentação de um Governo, repito, sem base consistente no Congresso Nacional.

Ministro Santos Cruz, Olavo de Carvalho e Presidente Jair Bolsonaro



Em meio a estratégia tresloucada de atacar os próprios aliados, o guru da ala ideológica da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, passou a triturar a reputação do ministro Santos Cruz, atual vítima da ala mais radical dos bolsonaristas.

Sempre apoiado pelos filhos de Bolsonaro, especialmente Carlos, o Pitbull, Olavo de Carvalho escolhe uma vítima a cada semana para desferir ofensas e atacar reputações e o mais curioso é que em meio a essas tempestades o Presidente Jair Bolsonaro ainda promove sua condecoração, numa clara demonstração de apoio e aprovação das atividades insanas de Olavo. 

O atual ataque sobre o ministro Santos Cruz, por Olavo de Carvalho, ocorreu por conta de uma entrevista que o ministro concedeu à jornalista Vera Magalhães, da Rádio Jovem Pan, ocorrida, pasmem, há um mês. Veja o vídeo abaixo, onde a própria Vera Magalhães fala sobre a entrevista:







Para completar a salada de besteiras presidenciais, o Presidente Jair Bolsonaro, numa mensagem típica de menino birrento de 4ª série, posta em suas redes sociais uma mensagem dando “indiretas” ao ministro Santos Cruz. Veja a bizarrice na imagem abaixo:


 
É lamentável ver essa postura do Chefe da Nação. Um líder não deve estimular o conflito entre seus liderados, muito menos “aderir a um dos lados” do conflito e postar indiretas nas redes sociais em relação ao outro. Pelo contrário, deve estimular a pacificação, a harmonia entre os atores, pois é disso que o Brasil está precisando para sair dessa turbulência: união entre aqueles que podem fazer algo para ajudar o Brasil a sair desse mar de instabilidade.

E não adianta dizer que ambos os incendiários, Carlos Bolsonaro e Olavo de Carvalho, não fazem parte do Governo e por isso suas falas não devem ter impacto no mesmo, pois tal discurso não vai corresponder com os fatos.


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