Entrando no quinto mês de mandato, o
Governo Bolsonaro ainda encontra-se completamente perdido e faz inveja aos
partidos que querem ser vistos como oposição. Digo isso porque os partidos
tidos como oposição não conseguem fazer frente ao próprio Governo, que pratica
autossabotagem diariamente e faz de maneira muito eficiente.
Ala “militar”, ala “olavista”, ala da “família”,
são algumas das denominações que permeiam o Governo Bolsonaro. Mas o ponto mais
interessante dessa novela mexicana estão sendo as brigas pelo poder dos bolsonaristas
e o fato da família Bolsonaro não descer do palanque de campanha. Mais do que
isso, é o fato de ainda estar atuando como se estivesse na pré-campanha das
eleições 2018, onde todos que não comungam com as ideias da família Bolsonaro
são inimigos da pátria.
Atualmente, numa insana estratégia de
criar uma crise por dia, os filhos de Bolsonaro, juntamente com um senhor
chamado Olavo de Carvalho (até outro dia um mero desconhecido do cenário
político brasileiro) declararam guerra contra a ala militar do Governo do pai e
diariamente promovem verdadeiras bizarrices nas redes sociais, inclusive as
redes sociais do próprio Jair Bolsonaro, que são atualizadas pelo pitbull da família, o Vereador Carlos
Bolsonaro, também conhecido o Nero
da família Bolsonaro.
O que, sinceramente, não dá para
entender é por qual motivo (ou quais) os filhos de Bolsonaro querem minar a ala
militar do Governo se quem utilizou a estratégia de alocar os militares nos
principais cargos do Governo, especialmente aqueles mais próximos do Gabinete
da Presidência, foi o próprio Presidente Jair Bolsonaro?
Ora, a ideia de cercar o Presidente Jair
Bolsonaro de militares era uma estratégia para tentar blindar o Presidente que
não se elegeu com uma base governista minimamente consistente no Congresso Nacional,
dadas as peculiaridades com que se deu sua eleição. Além disso, Bolsonaro
precisava, para não ver sua base eleitoral derreter nos primeiros meses de
Governo, especialmente através do monitoramento das redes sociais, criar um “escudo”
que pudesse lhe permitir continuar a vender que a “velha política” (apesar dele ter frequentado a Câmara dos
Deputados por sete (7) legislaturas) não faria parte do seu Governo, motivo
pelo qual cercou-se de militares, os quais serviram (e ainda servem) de base de
sustentação de um Governo, repito, sem base consistente no Congresso Nacional.
Ministro Santos Cruz, Olavo de Carvalho e Presidente Jair Bolsonaro |
Em meio a estratégia tresloucada de
atacar os próprios aliados, o guru da ala ideológica da família Bolsonaro,
Olavo de Carvalho, passou a triturar a reputação do ministro Santos Cruz, atual
vítima da ala mais radical dos bolsonaristas.
Sempre apoiado pelos filhos de
Bolsonaro, especialmente Carlos, o Pitbull,
Olavo de Carvalho escolhe uma vítima a cada semana para desferir ofensas e
atacar reputações e o mais curioso é que em meio a essas tempestades o Presidente
Jair Bolsonaro ainda promove sua condecoração, numa clara demonstração de
apoio e aprovação das atividades insanas de Olavo.
O atual ataque sobre o ministro Santos
Cruz, por Olavo de Carvalho, ocorreu por conta de uma entrevista que o ministro
concedeu à jornalista Vera Magalhães, da Rádio Jovem Pan, ocorrida, pasmem, há um
mês. Veja o vídeo abaixo, onde a própria Vera Magalhães fala sobre a entrevista:
Para completar a salada de besteiras
presidenciais, o Presidente Jair Bolsonaro, numa mensagem típica de menino
birrento de 4ª série, posta em suas redes sociais uma mensagem dando “indiretas”
ao ministro Santos Cruz. Veja a bizarrice na imagem abaixo:
É lamentável ver essa postura do Chefe
da Nação. Um líder não deve estimular o conflito entre seus liderados, muito
menos “aderir a um dos lados” do conflito e postar indiretas nas redes sociais em relação ao outro.
Pelo contrário, deve estimular a pacificação, a harmonia entre os atores, pois é
disso que o Brasil está precisando para sair dessa turbulência: união entre aqueles
que podem fazer algo para ajudar o Brasil a sair desse mar de instabilidade.
E não adianta dizer que ambos os incendiários,
Carlos Bolsonaro e Olavo de Carvalho, não fazem parte do Governo e por isso suas
falas não devem ter impacto no mesmo, pois tal discurso não vai corresponder
com os fatos.
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