Juizes Sergio Moro e Marcelo Bretas, com suas respectivas esposas |
É com imenso pesar que o blog lê as
matérias sobre a pré-estreia do filme que trata dos bastidores da famosa “Operação
Lava Jato”, denominado de “Polícia Federal: a Lei é para Todos”.
A angústia do blog se dá por vários motivos,
especialmente por saber que estamos vivendo momentos difíceis e preocupantes no
Brasil, onde a Justiça criminal do país condena pessoas e depois vai ao cinema comer
pipoca e sorrir da desgraça alheia.
Mais ainda, os juízes pop estar, lançados a heróis nacionais
por estarem fazendo nada mais do que suas obrigações enquanto servidores públicos
do Poder Judiciário, envaidecidos pela popularidade junto a sociedade, não apenas
fazem questão de ir ao cinema comer pipoca e ver os personagens lhe rendendo
homenagens, como também não dispensam o tapete vermelho, símbolo dos astros hollywoodianos.
A vaidade do juiz Sérgio Moro, e também
do seu colega Marcelo Bretas, este responsável pela Lava Jato no Rio de
Janeiro, expõe desnecessariamente o judiciário. Aliás, não é de hoje que membros
do Poder Judiciário fundamentam suas decisões já na expectativa de vê-las
transformadas em manchete de jornal.
Essa cobiça por holofotes, por
membros do Judiciário, é de extrema preocupação para a sociedade, pois aquele
que julga alguém já pensando em virar personagem de filme fatalmente não terá a
isenção necessária para cumprir seu papel institucional.
O juiz Luís Carlos Valois, da Vara de Execuções Penais do
Amazonas, em seu perfil no Facebook, declarou que se o filme fosse sobre algum
processo que atuou, ninguém iria sorrir, nem ele, nem ninguém. O filme,
inclusive, poderia ser de terror. O filme poderia fazer chorar, fazer virar a
cara, dar nojo, mas nunca sorrir.
O nobre magistrado crava que a
justiça penal verdadeira não deveria ser motivo de alegria mas de tristeza
sempre, porque, quando age, age demonstrando o quanto falhamos como sociedade e
termina afirmando o seguinte sobre o filme do Moro: “Eu não vi esse filme, mas se ele é sobre justiça penal, polícia e
prisão, e causa essa alegria toda, eu não vou ver...”
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