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Pará/Brasil

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Exoneração de Sérgio Moro: oposição de Bolsonaro tentará contratá-lo como coach

Presidente Bolsonaro e Moro


Em mais um dia de “normalidade” no governo Bolsonaro, o governo Big Brother, onde toda semana tem um ministro eliminado, hoje foi o dia do pedido de exoneração do ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, aquele, da famosa operação Lava Jato.

Moro é considerado um superministro desde a sua nomeação. Ele deixou a carreira de juiz federal para assumir de vez sua carreira política e assumiu o cargo de ministro do governo Bolsonaro. Quando Moro foi nomeado, alguns analistas políticos comentavam que o problema político de Bolsonaro em nomeá-lo era que ele se tornaria indemissível. 

Ao longo do mandato, em algumas pesquisas, Moro apareceu com sua popularidade acima da imagem do próprio Presidente Bolsonaro e isso sempre trouxe desconforto ao próprio Presidente e sua família (01, 02 e 03), justamente quem comanda a ala mais radical e ideológica do governo.

Uma característica marcante que irritava a família Bolsonaro era justamente a ausência de Moro na defesa do governo quando este estava sob ataque. O clã Bolsonaro exige que os ministros estejam engajados nos embates que o governo está envolvido. Mas a grande questão é que o governo nunca sai das confusões e quase todas são criadas pelo próprio governo, especialmente pela família imperial. Ou seja, ou se gasta o tempo defendendo o governo das insanidades implantadas pelos próprios membros do núcleo duro ou se utiliza o tempo tenteando produzir algo de interessante ao país, pois as duas coisas não dá para fazer. Ao que parece, Moro preferia ficar distante dessas confusões, mas o clã familiar não gostava nada dessa postura e queria ver o ministro envolvido na defesa das permanentes teorias da conspiração criadas pelo Carluxo e Cia.

Presidente Bolsonaro
Mas essa novela acabou na data de hoje, quando Moro deu uma coletiva de 40 minutos detalhando o motivo da sua saída, provocando uma enorme movimentação nos bastidores da política nacional, bem como nas redes sociais. A saída de Moro nesta semana e a saída do ex-ministro Mandetta há poucos dias faz o governo Bolsonaro se transformar numa espécie de governo big brother, onde toda semana temos um eliminado. Dessa vez, é Sérgio Moro que será o alvo da militância virtual da família Bolsonaro.

O Café com Política já havia comentado aqui e aqui que o Governo Jair Bolsonaro é uma verdadeira fábrica de autossabotagem e vem se superando a cada dia. Bolsonaro, sem dúvida, perdeu aulas básicas durante sua conturbada passagem pelas Forças Armadas, pois não aprendeu o básico ensinamento segundo o qual, numa guerra, não é inteligente abrir vários fronts de batalha, exatamente o que ele faz diariamente.

Bolsonaro nunca possuiu um mínimo de discernimento intelectual para governar o Brasil e isso sempre foi evidente. Contudo, o governo andava, apesar dele (esse termo nunca foi tão evidente “apesar dele”). Mas ninguém contava com uma crise do tamanho do novo Coronavírus, e a pandemia mostrou ao Brasil que Bolsonaro já cumpriu seu papel, que foi derrotar o PT, pois foi quem mais conseguiu atrair a imagem anti-PT nas eleições 2018, mas neste momento tão delicado o Brasil descobriu da pior forma que está sem uma liderança minimamente equilibrada no comando da nação.

Bolsonaro conseguiu coisas tão inusitadas nesses quase 15 meses de governo que até os partidos de oposição estão se reunindo para contratá-lo como coach e aprenderem com ele como ser uma oposição eficiente. É mole?

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