Presidente Bolsonaro e Moro |
Em
mais um dia de “normalidade” no governo Bolsonaro, o governo Big Brother,
onde toda semana tem um ministro eliminado, hoje foi o dia do pedido de
exoneração do ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro,
aquele, da famosa operação Lava Jato.
Moro
é considerado um superministro desde a sua nomeação. Ele deixou a carreira de
juiz federal para assumir de vez sua carreira política e assumiu o cargo de
ministro do governo Bolsonaro. Quando Moro foi nomeado, alguns analistas políticos
comentavam que o problema político de Bolsonaro em nomeá-lo era que ele se
tornaria indemissível.
Ao
longo do mandato, em algumas pesquisas, Moro apareceu com sua popularidade acima
da imagem do próprio Presidente Bolsonaro e isso sempre trouxe desconforto ao
próprio Presidente e sua família (01, 02 e 03), justamente quem comanda a ala
mais radical e ideológica do governo.
Uma
característica marcante que irritava a família Bolsonaro era justamente a ausência
de Moro na defesa do governo quando este estava sob ataque. O clã Bolsonaro exige
que os ministros estejam engajados nos embates que o governo está envolvido. Mas
a grande questão é que o governo nunca sai das confusões e quase todas são criadas
pelo próprio governo, especialmente pela família imperial. Ou seja, ou se gasta
o tempo defendendo o governo das insanidades implantadas pelos próprios membros
do núcleo duro ou se utiliza o tempo tenteando produzir algo de interessante ao
país, pois as duas coisas não dá para fazer. Ao que parece, Moro preferia ficar
distante dessas confusões, mas o clã familiar não gostava nada dessa postura e
queria ver o ministro envolvido na defesa das permanentes teorias da conspiração
criadas pelo Carluxo e Cia.
Presidente Bolsonaro |
Mas
essa novela acabou na data de hoje, quando Moro deu uma coletiva de 40 minutos
detalhando o motivo da sua saída, provocando uma enorme movimentação nos bastidores
da política nacional, bem como nas redes sociais. A saída de Moro nesta semana e
a saída do ex-ministro Mandetta
há poucos dias faz o governo Bolsonaro se transformar numa espécie de governo
big brother, onde toda semana temos um eliminado. Dessa vez, é Sérgio Moro que
será o alvo da militância virtual da família Bolsonaro.
O
Café com Política já havia comentado aqui
e aqui
que o Governo Jair Bolsonaro é uma verdadeira fábrica de autossabotagem e vem
se superando a cada dia. Bolsonaro, sem dúvida, perdeu aulas básicas durante sua
conturbada passagem pelas Forças Armadas, pois não aprendeu o básico ensinamento
segundo o qual, numa guerra, não é inteligente abrir vários fronts de batalha, exatamente
o que ele faz diariamente.
Bolsonaro
nunca possuiu um mínimo de discernimento intelectual para governar o Brasil e
isso sempre foi evidente. Contudo, o governo andava, apesar dele (esse
termo nunca foi tão evidente “apesar dele”). Mas ninguém contava com uma crise
do tamanho do novo Coronavírus, e a pandemia mostrou ao Brasil que Bolsonaro já
cumpriu seu papel, que foi derrotar o PT, pois foi quem mais conseguiu atrair a
imagem anti-PT nas eleições 2018, mas neste momento tão delicado o Brasil descobriu
da pior forma que está sem uma liderança minimamente equilibrada no comando da
nação.
Bolsonaro
conseguiu coisas tão inusitadas nesses quase 15 meses de governo que até os
partidos de oposição estão se reunindo para contratá-lo como coach e
aprenderem com ele como ser uma oposição eficiente. É mole?
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