Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo |
É lamentável ver um Presidente da República
ser o maior agitador de massas e criador de instabilidade num país que precisa,
mais do que nunca, de pacificação. O Presidente Bolsonaro é um caso especial a
ser estudado pelos mais variados estudiosos das mais diversas áreas, inclusive psiquiatras.
A vitória de Bolsonaro, nas eleições 2018, também
foi fruto do forte clima anti-PT que ainda era forte à época, mesmo após dois
anos de afastamento de Dilma Rousseff, somado ao ato criminoso da tentativa de homicídio
(facada).
Além desses pontos, Bolsonaro, à época das
eleições, especialmente via redes sociais, foi quem mais conseguiu se contrapor,
à sua maneira peculiar, à corrente esquerdista que há tempos dominava a política
nacional.
Após sua vitória, independentemente da qualidade
do voto que obteve nas urnas, seja por convicção seja por conveniência para não
permitir a volta do PT ao Poder, Bolsonaro possuía uma oportunidade única para desenvolver
um governo capaz de consolidar os votos obtidos nas eleições 2018, aumentá-los,
e promover um governo diferente de tudo aquilo que o PT e partidos satélites haviam
praticados nos últimos anos, o que levaria a sociedade brasileira uma outra experiência
de governo. Mas, infelizmente, o Presidente Bolsonaro perdeu a mão e o fez das
mais diversas formas, mas, quase sempre, sendo o protagonista das crises
criadas. Suas limitações são evidentes.
No último domingo, 19/04, o Presidente Jair
Nero Bolsonaro “foi para a galera” numa manifestação que pregava fechamento do Congresso, STF e de apoio ao AI-5, mas apesar de toda repercussão negativa
como resultado da sua atitude o Presidente Bolsonaro sabe que é preciso continuar
alimentando seus súditos mais fiéis com atitudes insanas como as de domingo, pois
sabe que sua popularidade diminuiu significativamente ao longo de quase 16
meses de Governo pelas mais variadas crises.
Para concluir o texto, o Café com Política
enfatiza algo inusitado e contraditório na postura do Presidente Bolsonaro em
menos de 24 horas, pois domingo, durante a manifestação, Bolsonaro gritou alto (e até tossiu)
que “Nós não queremos negociar nada... o que tinha de velho ficou pra trás
.... nós temos um novo Brasil pela frente ...........acabou a época da
patifaria....é agora o povo no poder.....chega da velha política....” contudo,
no dia seguinte, o Presidente, que “não quer negociar nada” e verbalizou “chega
da velha política”, ressuscita como protagonista da política nacional e
avalista das suas manifestações conspiratórias, nada mais nada menos que Roberto Jefferson, após divulgar nas suas redes sociais uma live
onde o ex-deputado petebista e atual presidente nacional do PTB relata a
criação de um suposto “golpe de Maia” para derrubar o Governo Bolsonaro, algo
do gosto do Presidente, basta lembrar da carta do finado Bebianno.
Bolsonaro assistindo a live de Roberto Jefferson e ministro Moro |
Ontem, 20/04, Jefferson foi o dono da pauta
na grande mídia e numa longa entrevista à Jovem Pan News disse, ao
ser perguntado, que se o Bolsonaro quiser, o PTB, do qual é presidente, está de
portas abertas para receber o Presidente.
O que chama atenção nessa articulação entre
Bolsonaro e Roberto Jefferson é que desde a semana passada, quando Bolsonaro
elevou o tom contra Maia numa entrevista a CNN, o Presidente brada
que não fará acordo com a “velha política” etc, etc, etc. Mas pergunta-se: Roberto
Jefferson representa a “nova política” para Bolsonaro? Outra dúvida, o ministro
Sergio Moro também vai se filiar ao PTB de Jefferson???
Pois é, senhoras e senhores, essas perguntas serão respondidas no
futuro, mas, no momento, a preocupação dos seguranças e dos bolsonaristas radicais
é encontrar a coerência do Presidente que deve ter caído pelas ruas durante as
manifestações.
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